terça-feira, junho 19, 2007

oerias alive! 07 (pearl jam, white stripes, smashing pumpkins)

90 euros gastos + 4 concertos vistos + 3 concertos bons = saldo positivo!

nenhum dos concertos foi realmente mágico ou arrebatador mas isso deveu-se, essencialmente, a factores não directamente relacionados com as bandas, dos quais destaco: a qualidade de som que, não sendo má, não passou do razoável (e longe, muito longe da perfeição sonora dos stones em coimbra ou, sequer, da atitude "que-se-foda-a-qualidade-de-som-vou-por-isto-no-máximo-e-vão-sair-daqui-todos-surdinhos" do neil young há 6 aninhos em vilar de mouros e que tão bem assentaria por aqui); o público, sedento de hits e ainda embriagado pelo nacionalismo bacoco (quantas vezes é preciso gritar "portugal, portugal" durante um concerto?) que nos afectou ali pela altura do nosso europeu de futebol e os condicionalismos próprios de uma actuação de festival, como sejam o tempo limitado e os alinhamentos que procuram sempre ter em conta o "festivaleiro fã" e o "festivaleiro não fã" (que só conhece uma músiquita ou outra que passou na rádio)... e sim, aqui a culpa acaba por ser das bandas, que preferem agarrar todo o público fazendo um concerto baseado em temas mais conhecidos... e todas as bandas que vi o fizeram...



na primeira noite tocavam os linkin park e os pearl jam. dos linkin park não vale a pena falar... já os pearl jam, 8 meses depois de duas datas memoráveis no atlântico, verdadeiras experiências de catarse emocional, limitaram-se a dar um bom concerto. o início foi arrebatador: interstellar overdrive/corduroy, do the evolution, worldwide suicide e animal... cheguei a temer pela minha integridade física nesta fase, pois estava numa zona algo "instável", com muitos empurrões, saltos, pontapés e cotoveladas (mesmo que sem intenção doem, pá!) pelo meio... se juntassem aqui a brain of j de certeza que alguém morria! felizmente (ou não) acalmaram, trouxeram alguns hits e singalongs, mantiveram os milhares de espectadores satisfeitos, divertiram-se e divertiram... na memória fica um excelente solo do senhor mccready na why go (daqueles à guitar hero, guitarra atrás da cabeça e cá vai disto!!), grandes versões da crazy mary, da rearviewmirror, da life wasted e da tal why go e não muito mais... pelo menos, quando olho para trás e me lembro da última vinda dos rapazes cá fica a sensação de que foi bom, mas podia ter sido melhor... e podia também ter sido "mais" não tivesse a organização imposto um horário rígido às bandas! 2 horas é pouco, principalmente quando estamos habituados a maratonas!



o segundo dia começou (para mim) com os white stripes. são uma banda que aprecio bastante, mas com a qual ainda não consegui uma relação emocional. esperava um bom concerto e não defraudaram expectativas. rock saturado de blues e garage, excelentes canções, entrega, alma e suor. pecaram também pela setlist, uma vez mais demasiado colada a músicas mais conhecidas (apesar de as músicas mais conhecidas dos white stripes estarem longe de ser tão conhecidas quanto as dos pearl jam). as pontuais músicas novas (umas 2/3 ao longo do concerto) deram-me a conhecer uma belissima effect and cause, a fazer lembrar os flirts dos stones com a country. e no final, a apoteose com o hino seven nation army, entoado antecipadamente pelo público sempre que havia uma pausa entre músicas. pelo meio trouxeram a crua electricidade de músicas como hotel yorba, fell in love with a girl, death leaves and the dirty ground e alimentaram as ancas dos presentes, fãs ou não. só um reparo: sr jack white... o senhor até é um guitarrista talentoso, deixe lá esse pedal de oitavas de lado num ou noutro solo, pode ser?



o regresso dos smashing pumpkins era o outro concerto que queria ver. tendo em conta todas as condicionantes, não esperava grande concerto: esperava um concerto de uma banda balofa, sem o mínimo de entrega e/ou vontade. enganei-me... não foi mágico (apesar do belo início, com a chuva a cair ao mesmo tempo que o riff da today abria o concerto) mas foi bom, apesar do som fraquinho, distante e sem corpo nenhum. foi mais um concerto festivaleiro, com um alinhamento dedicado, com duas ou três excepções, a músicas mais conhecidas (disarm, bullet with buterfly wings, tonight, tonight, 1979, zero, today, rocket...), aqui entoadas a plenos pulmões por milhares de pessoas. e o billy corgan andava feliz... sorria, ria, brincava... e transportava muita gente a uma adolescência entretanto perdida mas que ele retrata como ninguém nas suas canções, plenas de angústias e dúvidas. talvez já não o sejam, mas foram uma das melhores bandas de rock alternativo que por aí andou e hoje, mesmo não sendo pertinentes ou necessários, vão brincando com as memórias de quem os vê...

3 Comments:

Blogger MDA said...

Vá lá, vá lá... Não discordo completamente... :)

Mas (e há sempre um mas) os White Stripes têm a "desculpa" de ser o primeiro concerto por estas bandas daí que tocarem as músicas mais conhecidas não seja tão condenável como nos Pearl Jam. O outro mas é em relação aos SP que me deixou a impressão de ser um leitor de CDs a tocar alto e com má qualidade.

19 de junho de 2007 às 20:44  
Blogger samgs said...

sim, é possivel aceitar essa desculpa! ;)

e o som dos smashing estava realmente mau, mas estarmos tão longe (comparativamente aos concertos dos pearl jam e dos white stripes) também ajudou... não é desculpa para o mau som, mas ajuda a perceber a diferença relativamente ao dos outros...

19 de junho de 2007 às 21:03  
Blogger MDA said...

Quando falava em leitor de CDs, referia-me à falta de entrega e de alma que me pareceu reinar naquela banda. Mas sim, a qualidade do som também não ajudou.

19 de junho de 2007 às 22:41  

Enviar um comentário

<< Home