quarta-feira, dezembro 26, 2007

land of hope and dreams

7 Comments:

Blogger samgs said...

vamos lá então começar, com calma:

1 - já conhecia a versão "oficial", com banda. é realmente das boas e esta versão acentua (ou deixa ouvir) a letra que, como sempre, é bastante boa, com as habituais referências a uma américa (hoje) de outros tempos e a uma energia românticamente jovem - "and i walk like brando right into the sun" - retratada de uma forma cinematográfica e rica em imagens.

2 - springsteen típico, não? eu tirava as teclas e ficava aqui com uma música ainda melhor. aquela parede sonora feita pelas teclas não resulta muito bem. mas também é das boas.

3 - esta é das minhas músicas preferidas dele. é do caraças. a partir da entrada dos instrumentos todos, a música ganha uma tonalidade épica que aqui se adequa. e a letra é, como sempre ou quase, do caraças. não sei o que mais dizer desta... é mesmo do caralho!

4 - a piorzita até agora. não é má, mas falta-lhe qualquer coisa. e uma certeza: com mais guitarras e menos teclas gostava mais deste tipo com a e street band. e quando digo mais guitarras não é guitarras cá na frente a solar à doida, mas guitarras a manter o ritmo... um bom guitarrista ritmo fazia toda a diferença.

5 - esta é muito boa e já a conhecia também. mais uma vez a letra é de destacar, com as habituais referências sprigsteenianas: os carros como forma de escapismo a uma realidade claustrofóbica. e gosto muito da referência, no último verso, a um tempo em que as rugas já chegaram e os sonhos já partiram (não consegui perceber se a música diz sempre respeito a esse plano temporal se há um salto temporal! tenho que ler a letra com atenção)

6 - lá está... porque começam as músicas todas da mesma forma? com uns dedilhados de piano? ah bolas!! ele bem tanta compensar passado um bocado... com uma guitarra bem distorcida! :) gosto dos solos: apesar do springsteen tecnicamente não ser excepcional tem garra e intensidade para dar e vender.

7 - esta ficava a ganhar com alguma da leveza e do groove que a e street band tinha naqueles dois primeiros álbuns. e a produção é fraquita. não gosto muito desta.

8 - eh lá! começa com uma guitarra :) esta é do melhor álbum dele! gosto mesmo muito deste álbum. como tantas vezes te disse, se fossem todos assim, o homem era um génio! é um álbum em que tudo resulta: a aridez, solidão, desespero das letras, os arranjos quase inexistentes e a produção crua que dão consistência à "mensagem" e até a imagem da capa vai no mesmo sentido. e nesta música gosto muito da repetição da linha de baixo em "drone"... ainda assim é das músicas que menos gosto no álbum: é liricamente um bocadinho unidimensional e sem uma imagética tão rica como o habitual.

9 - aí aquelas teclas meio sintetizadas ou o caraças a estragarem uma música porreirinha! esta música com aquele sozinho, guitarra e harmónica funcionava na perfeição, assim não! não suporto mesmo aquela coisa lá atrás que, ainda por cima, é praticamente omnipresente (ou são os meus ouvidos que não descolam daquilo?).

10 - os temas são habituais e aqui voltam a resultar, embora sem grande genialidade. no meio de tanta música boa, esta passaria certamente despercebida, já que não traz nada de novo e os terrenos que pisa já foram pisados e repisados com mais brilho. o melhor da música surge já no fim, lá para os 6 minutos quando, depois de uma acalmia que soava a fade-out orgânico, a banda muda de tom e volta ao um ritmo mais uptempo. mas a boa ideia fica por aí.

11 - sprigsteen no seu melhor. guitarra, voz a susurrar ao ouvido (ou quase...) e pouco mais... assim é que ele é genial. assim as letras soam intimas, assim parece que ele canta só para nós e que todas as palavras são a mais absoluta das verdades. mais destas, se faz favor...

12 - a primeira vez que ouvi esta música foi pela voz do eddie vedder, nos tempos em que ele ainda nem tocava nos pearl jam. e esta música é genial. a produção é mazinha, mas a música é tão boa que consigo nem ligar a esse "pormenor". e lamento, mas a música faz-me mesmo lembrar o eddie vedder e, como tal, a parte final da minha adolescência. e as vezes em que, mais tarde um bocadinho, ouvi o penúltimo verso como a mais absoluta das verdades ("it's the same thing night on night, who's wrong baby who's right...")... não esperava ouvir esta música...

bem... por agora fico por aqui. depois continuo!

29 de dezembro de 2007 às 17:25  
Blogger samgs said...

ora bem, segunda ronda de comentários:

13 - aqui o piano fica bem... lá atrás, baixinho, deixando a voz ficar quase a cappella. gosto desta assim nua de arranjos e instrumentos... isto só prova que uma boa música não precisa de nada para além dela mesma.

14 - começa bem. o falsete resulta. não gosto muito de como a música "abre", recorrendo novamente "aquele" orgão... e aquela passagem instrumental devia ser tocada por um piano, nunca por esta coisa... se eu fosse produtor do springsteen isto ficava bem melhor, porque a música em si até é bem boa.

15 - xi... esta música estraga-se completamente a partir do primeiro minuto! e começava tão bem!! tirem dali aquela batida e aquele orgão/sintetizador e mais uma treta que está ali a fazer uma frase repetitiva que me faz comichão nos ouvidos... e esta música tinha tudo para ser mesmo daquelas boas!

16 - vê senhor springsteen, como não é nada difícil satisfazer-me? basta uma perolazinha destas... muito boa a escolha de instrumentos e arranjos...

17 - muito boa a frase que se segue aos refrões. até esse momento, sendo boa, a música não tem nada que a distinga de tantas outras do springsteen. a letra é o habitual (elogio!). e é em momentos destes que imagino como um concerto do senhor pode ser uma experiência quase religiosa...

18 - prefiro a e street band mais subtil, leve e com mais groove. nós não tocámos isto? a música é boa.... mas há melhores...

19 - ... como esta! faz-me lembrar o dylan e isso é bom, claro!

20 - este último projecto dele é bem engraçado. como sempre te disse sempre preferi as ramificações alternativas da folk à mesma na forma pura, mas aqui as coisas resultam. é música festiva, uptempo, animada, apetece bater o pé e ao mesmo tempo as letras mostram as caracteristicas preocupações sociais. e está tudo muito bem arranjado: são muitos instrumentos mas todos têm o seu espaço e nenhum soa "a mais". é porreiro sim senhor!

21 - a principio esta música soa-me a "mais uma", sem nada que a destaque e com alguma coisa a faltar-lhe mas depois aperece aquele interlúdio instrumental e a coisa ganha outra forma... um toque de génio... é do último álbum esta? tenho que o voltar a ouvir com atenção... os instrumentais são realmente muito bons...

e pronto. não mudaste a minha opinião sobre o senhor: é, em muitos momentos, genial... noutros não gosto mesmo de alguns pormenores, como sejam questões de produção, o uso daquele orgão/sintetizador ou alguma tonalidade épica exagerada... mas nesta compilação, aparte um ou outro momento, o nível é bastante bom. falta aqui a fase born in the usa/"rambo dos palcos" para eu criticar o senhor como deve ser... ;)

30 de dezembro de 2007 às 17:20  
Blogger MDA said...

Anos 70

1 - It's hard to be a saint in the city - Esta versão resulta da gravação da audição de Springsteen para a Columbia Records. Retrata bem uma colecção de músicas acústicas que o Springsteen tinha e que usava nos seus frequentes concertos a solo antes de editar álbuns. É impressionante a forma segura e brilhante como ele interpeta esta música num momento tão stressante e decisivo. O David Bowie fez um cover desta música mas, como é óbcvio, não chega aos calcanhares desta ou de qualquer outra versão desta música interpretada pelo próprio Springsteen.

02 - Zero and Blind Terry - É Springsteen típico dos anos 70. É um outtake do álbum The Wild, The Innocent and the E Street Shuffle e é mesmo daquelas histórias épicas e românticas de adolescentes com a vida nas mãos que eu tanto gosto desta fase do trabalho dele. E as teclas estão aqui muito bem!

03 - Lost in the flood - Estive indeciso em relação à versão desta música que ía escolher para incluir aqui (a versão de estúdio, uma versão ao vivo da altura ou esta), acabei por escolher uma versão de 2000 desta música de 1973. É mesmo do caralho...

04 - Restless nights - Pá... a essencência da E-Street band está precisamente nas teclas. É impossivel falar da E-Street band com menos teclas. Um outtake do fabuloso "Darkness on the edge of town". Como é que é possivel não se gostar das teclas nesta música? Não compreendo...

05 - Racing in the street - Referência aos Stones que pensei que fosses referir ("The Summer's here and the time is right to going racing in the street" a evocar Street Fighting Man). Um dos melhores desempenhos da E-Street Band que ajudam a contar a história de forma sublime. E sim, tens que ler a letra com atenção porque vale mesmo a pena.

06 - Prove it all night - Esta escolhi-a porque, além de ser uma das minhas favoritas, é o melhor exemplo da conjugação das teclas da E-Street Band e os excelentes (não a nível técnico) solos do Springsteen. Quando entra a guitarra, apercebemo-nos de que algo muito importante está para acontecer. Foda-se, esta música é de um outro mundo. Esta guitarra transporta-nos para outro mundo e é assim que os solos devem ser. Além disso, a forma como a E-Street Band (em particular Max Weinberg, na bateria) vai avançando com a música adaptando-se ao solo é genial.

Anos 80

07 - Jackson Cage - Bom... Tu não sabes o que dizes. A produção é excelente, a letra é excelente e a execução é excelente. É das minhas preferidas, em parte porque me consigo identificar com o tema de forma muito forte, mas também, porque é uma grande música!

08 - State Trooper - Mas tu és maluquinho? É das músicas mais assutadora que conheço. É também das minhas preferidas, pela simplicidade fantasmagórica musical e pela letra absolutamente desesperada. Há uma ameaça que paira nesta música que é indescritível.

09 - Downbound train - As teclas estão, de facto, lá (não te esqueças que esta é do álbum Born in the USA). Mas aqui, ao contrário de Dancing in the Dark, por exemplo, elas estão lá por um motivo e fazem sentido, ajudam a conferir alguma solidão à música que é das mais tristes que ele já fez. É um bom exemplo de como poderia ter sido um álbum que, apesar de o ter catapultado para a fama, continua a ser dos mais fracos que ele já fez.

10 - Frankie - Outtake do Born in the USA. Esta demorou muito a instalar-se na minha cabeça, mas, quando o fez, ficou lá. Porra, não dizes nada da forma como ele canta isto? Queres mais perfeição?

11 - Shut out the lights - Outtake do álbum Nebraska. Isto é uma música perfeita.

12 - One step up - Concedo que a produção é demasiado 80's (defeito que, aliás, esta omni-presente neste álbum que, caso contrário, seria perfeito). É uma música de maor adulta (apareciam pela primeira vez neste álbum) marcada pela luta constante de uma relação amorosa. Retrata uma relação que se precipitava para o abismo. Ironia das ironias, a voz de fundo pertence àquela que seria a futura Mrs. Springsteen.

Anos 90

13 - Real World - A música que Springsteen mais maltratou na vida. Tocou esta versão antes do lançamento do álbum Human Touch. Mais tarde, quando o álbum saiu, a música estava absolutamente assassinada, afogada no meio de tantos instrumentos e uma produção horrivel. Mais optimista que One Step Up mas igualmente brilhante.

14 - Lift me up - Faz parte de uma coleção de música que o Springsteen compôs no início dos anos 90, sozinho. Gosto muito da música mas incluí-a mais por ser uma boa representante desta fase que deomnstra bem a versatilidade do senhor.

15 - Blood Brothers - Escrita após a separação da E-Street Band e gravada, meia dúzia de anos depois com ela reunida. Sinceramente, não percebo o teu problema com a produção desta música porque não só não acho que seja má como acho que é brilhante. A forma como todos os instrumentos encontram o seu espaço para construir uma música frágil é admirável.

16 - Across the Border - Uma das melhores músicas do mui famigerado (entre fãs) The Ghost of Tom Joad. Para mim, é um dos melhores álbuns dele e esta música demonstra bem a grandeza dele. Que letra...

Anos 2000

17 - Land of Hope and Dreams - A música que marca o regresso da E-Street Band. É de arrepiar os cabelos, pá! Não tendo nada que a distinga de outras, tem características épicas que lhe dão uma esperança que mais nenhum cantor consegue pôr nas músicas. E sim, presenciar esta música ao vivo é uma experiência inesquecivel. Os breaks de bateria (e)levam-nos a um estado supra-natural-

18 - Further on up the road - É o rock, pá! Cantada brilhantemente, com uma letra de arrepiar e com as guitarras lá no fundo a guiar a música marcada pela batida crúa do Max Weinberg.

19 - The Hitter - Uma obra-prima. Um dos meus maiores desejos é que o Johnny Cash tivesse estado vivo tempo suficiente para fazer um cover disto. Ninguém consegue contar uma história tão boa e triste como esta!

20 - Jesse James - Incursão folk-festiva do Springsteen que resultou de forma soberba. Esta versão é ao vivo e escolhi-a precisamente como os instrumentos (mais que muitos) se conjugam tão bem. Os álbuns relacionados com esta fase (We Shall Overcome e Live in Dublin) são indispensáveis a qualquer pessoa que se interessa pela música popular norte-americana.

21 - Devil's Arcade - Springsteen a mostrar que ainda consegue escrever letras de arrepiar e os arranjos são fenomenais. É do último álbum, sim. A forma como a música se envolve em volta da letra é a marca de um génio e aquela crescendo "the beat of your heart... the beat of your heart" é alucinante, agri-doce e inesquecivel. O final da música, com a bateria a soar sozinha como um coração que continua a bater até, finalmente, cessar é uma ideia genial.

Compreendo as tuas objecções em relação à produção em alguns momentos mas, noutros, não consigo perceber. Conseguia, tal como tu, com os Stones, fazer outra compilação (ou mais umas poucas) tão boa ou melhor sem repetir uma única música daqui. Tentei fugir às mais óbvias que, por si, daríam ainda outra compilação.
E a fase Born in the USA está presente em, pelo menos, duas músicas, pá (Frankie e Downbound Train). É claro que evitei outras porque o objectivo é convencer as pessoas a gostar de Springsteen, pelo que, não faria sentido eu incluir a parte do trabalho dele de que menos gosto.

2 de janeiro de 2008 às 15:24  
Blogger samgs said...

4 - o comentário acerca das teclas não era especifico a este tema, mas há repetitividade e há vontade que tinha de ouvir algumas destas coisas com uma boa guitarra ritmo.

7 - não gosto mesmo da produção: do eco das guitarras e da bateria e da sonoridade das teclas.

8 - percebo a tua perspectiva. há realmente uma ameaça que vai pairando e sobrevoando o narrador, mas não deixa de ser umas minhas menos favoritas do álbum.

9 - as teclas não me convencem mesmo e estragam uma música muito boa. pelo menos que fosse um piano ou uma sonoridade hammond... agora esta treta meio sintetizada!

10 - é boa mas não é assim tão boa...

12 - nesta consigo esquecer a produção. acho que é da letra. já ouviste a versão do eddie vedder?

15 - não gosto da batida e de um instrumento qualquer a fazer uma frase repetitiva que apesar de estar bem no meio da mistura me incomoda sobremaneira... estou a ouvir com ausculadores! e falta qualquer coisa ao ambiente que não sei definir...

3 de janeiro de 2008 às 23:11  
Blogger samgs said...

jesus... ali em cima onde se lê "há repetitivade e há..." leia-se por favor "à repetitividade e à..."

5 de janeiro de 2008 às 15:49  
Blogger MDA said...

Por momentos, pensei que tinhas visto a luz e que te tinhas convertido!

5 de janeiro de 2008 às 17:01  
Blogger samgs said...

não... mas até te digo que ontem comprei o the river em promoção...

5 de janeiro de 2008 às 17:27  

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