nas noites de 12 e 13 de março de 1971, a banda dos irmãos allman estava certamente abençoada pela mão divina.
partindo do habitual registo
blues e
southern rock, o génio de duane allman e a inspiração colectiva rapidamente promovem a ascensão da música a níveis estratoféricos. se num momento estamos no dominio do
blues clássico, no seguinte estamos no do
jazz e facilmente se chega a uma dimensão quase-psicadélica. as
jams prolongam-se, esticando-se não raras vezes para lá da marca dos 15 minutos, mas cada momento é essencial na sua intensidade. a banda toca com tal agilidade e precisão que, por instantes, somos obrigados a equacionar a existência do dom da telepatia.
greg allman é o centro gravitacional da banda, à volta de quem tudo gira, mantendo o ritmo e dando liberdade aos guitarristas para improvisarem livremente em direcção ao espaço, mas é o seu irmão duane quem concentra toda a nossa atenção. guitarrista subvalorizado, mostra aqui, com apenas 24 anos e meses antes da sua morte, que era muito mais do que um mero guitarrista e que o seu nome devia ser recordado ao lado de todos aqueles que, de uma forma ou de outra, revolucionaram a linguagem do instrumento, elevando-o a níveis inesperados.
ouça-se a
whiping post do principio ao fim... está lá (quase) tudo!
